terça-feira, 2 de dezembro de 2008

III

Por ora, deixe-me agora
embalado ao som de um expresso:
Ginger coffee e ao fundo o
silêncio acolhedor da Vila Madalena.
Se tudo fosse um sonho, e a fumaça
e o café
fossem tão apenas sonho;
Lançaria-me em vôo à tua janela
e te despertaria com um canto
e cantaria até eu próprio fosse desperto.

Te amo de um jeito tão simples!

Mesmo assim, te amo além da métrica
da rima
da melodia e da harmonia.
Te amo com os
olhos distantes,
com o sorriso escondido
e as mãos no bolso.
Te amo com o coração atado,
com as palavras medidas
e pequenos presentes e mimos
[guardados em pensamento;

Te amo como um tolo pois não sei amar de outro modo.

Te entrego tesouros e o mundo cobertos
[de chantilly,
Minh'alma ao sabor do Ginger coffee;
Toma meus sonhos e leva-os contigo!
ou Meu poema recheado num petit gateau.
Te dou um beijo
e afago tua mão
e cheiro teu cabelo
incontáveis eras por segundo.
Te amo assim, inconsequente.
tão belo e bobo
que meu coração se descompassa
num free jazz interminável.

O mundo lá fora de mim é silêncio.
O Ginger coffee é passado,
o poema se foi.
Tornado vento
Bateu em tua janela
Canta em teu ouvido
Embala o teu sono.

3 comentários:

Anônimo disse...

Talvez nem seja só a sinestesia, os cheiros e barulhos tão indissociáveis, mas as pinturas dos cenários todos, e todo o montante que tu quer dizer, são coloridos e verdadeiros ardidos de realidade. Atemporal, sem parecer vaporoso. Esfumaçado, sem deixar de ser dia. Ou não. Muito bom, isso sim.

lory looove disse...

hum...adorei esses fiapos de pensamento aqui!

o nome é sensacional!

Sofia Fada disse...

gostei do seu blog (vi no blip)
em especial desse poema.