quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Capítulo 1 perdido - 1

Quando eu acordei, a única coisa que consegui focar era um facho de luz que atravessava uma fresta da janela, cortando o chão do quarto em dois, dividindo o território da cama e o da porta. Com a visão embaçada pela remela da noite, que grudava as duas pálpebras de cada olho pelos cantos, e uma confusão causada pelo torpor do sono ainda residente, fiquei a vaguear sem foco pelo quarto, enquanto ajeitava a cabeça no travesseiro, tentando resgatar na memória o que eu havia sonhado. Concentrado nesse devaneio, levei algum tempo para notar que sentia frio - estava nu e descoberto, e levei mais alguns segundos para perceber o ronco quase inaudível, quase agudo que ressoava às minhas costas, do outro lado da cama. Virei-me lentamente na direção do som, enquanto o sono se dissipava o suficiente para que eu me recordasse da noite anterior (não que eu tivesse esquecido - eu só não lembrei). Terminada a volta, estava frente a frente com uma garota loira, de não mais que vinte e dois anos, os cabelos esparramados pelo travesseiro. Ao contrário de mim, um fino lençol de algodão cobria o seu corpo também nu, embora eu pudesse ver através dele seus seios fartos e um tanto irregulares (o esquerdo era ligeiramente maior que o outro), as ancas largas, a coxa gorda e firme, o sexo coberto por pêlos ralos.
Deitei-me de costas, fixando o olhar no teto. Quando a Garota Loira acordou, não muito depois disso, ergueu-se apoiada no cotovelo e, ao constatar que eu também estava acordado, sorriu um "bom dia" e veio por cima de mim, passando a se apoiar no outro cotovelo e me deu um beijo. Achei isso um tanto piegas e/ou desnecessário - ela havia me abordado na noite anterior, pouco depois de entrar na balada. Não conversamos sequer dez minutos antes de começarmos a nos beijar e, após isso, nossa conversa tomou rumos práticos, do tipo...
"Vamos pro seu apartamento?"
"Eu moro com meus pais."
"Então vamos pro meu. Eu moro sozinho."
E...
"Você tem camisinha, ou a gente precisa parar na farmácia antes?"
E ainda...
"Pode deixar. Minha casa, eu pago o taxi."
Por isso, tendo em vista que após os primeiros dez minutos nossa relação tomou rumos extremamente práticos e físicos, um beijo de bom dia me pareceu um tanto forçado. Ainda assim, enquanto a Garota Loira se esparramava pela cama buscando a minha boca, seus seios roçaram levemente contra meu peito, os mamilos tocando levemente minha pele e pêlos, e não pude evitar em ficar excitado. Ao perceber minha ereção, a Garota Loira sorriu maliciosamente, e levou sua mão direita ao encontro de meu membro, enquanto voltava a me beijar. Me masturbava vigorosamente, enquanto eu apalpava seus seios e esticava o braço na tentativa de alcançar sua bunda gorda; logo ela estava em cima de mim, chupando meu pau, enquanto eu enfiava e tirava meu dedo do meio em sua buceta, lambendo-a toda vez que minha língua conseguia alcançá-la. Então ela se ergueu, aprisionou minha cintura com suas pernas, e começou a me cavalgar num ritmo assustadoramente rápido e descompassado, enquanto ofegava com os olhos semi-cerrados, erguendo a cabeça rumo ao teto. Eu, entretanto, mantinha meus olhos abertos, fitando seu pescoço, seus seios balançando ao alcance de minhas mãos, seu corpo rechonchudo unido ao meu, os pêlos pubianos como se fossem um só, e não consegui evitar o pensamento de que parecíamos duas naves acopladas por um corredor de metal, como num filme de ficção-científica. A Garota Loira então soltou um urro contido, largando seu corpo mole ainda ereto sobre o meu, tentando regularizar a respiração após o orgasmo. Eu a deitei e levei meu pau na direção da boca dela, sem me preocupar com sua dispnéia momentânea; ela começou a me chupar e, pouco antes do meu próprio orgasmo, retirei meu cacete de sua boca, comecei a me masturbar e, no grande momento, gozei em seus seios irregulares, ainda que muito agradáveis.
Ela tentou alcançar novamente meu pau com a boca, mas eu me deitei imediatamente, voltando a fitar meu teto branco. A Garota Loira, então, ergueu-se novamente pelo seu cotovelo, e começou a correr os dedos pelo meu peito, enroscando-os nos pêlos. Tentei sorrir, mas não obtive sucesso; assim, para não parecer desagradável, ergui o braço até o criado-mudo, peguei um cigarro e o acendi; voltei a minha posição original, sorvendo a fumaça enquanto ela voltava a enroscar seus dedos, presa em seus próprio pensamentos como eu nos meus.
Ela falou primeiro.
"Você se importa se eu tomar um banho?"
"De maneira nenhuma."
"Tô precisando"
"Eu sei", disse, meio sem-graça, como se tivesse acabado de tomar um ralho. "Me desculpa."
"Bobo!", enquanto se erguia para me beijar novamente, sujando-me com meu próprio esperma, "eu adorei."
"Bom."
Levantei-me da cama com o cigarro preso pelos lábios e, nu, cruzei a faixa de luz separatista, apanhei uma toalha supostamente limpa no armário, e entreguei a ela. A Garota Loira abriu a porta do quarto, suada e marcada pelo meu gozo, e cruzou o corredor rumo ao banheiro, balançando sua bunda larga, branca e apetitosa, enquanto eu a olhava, olhava e me perdia novamente nos meus pensamentos...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Danken Donuts

Quando eu era criança, eu tinha esse tio Ernesto que era um sujeito realmente grande. Pesava uns 150 quilos fácil. Ou mais. Adorava rosquinhas, o malandro. Adorava outras coisas também, é claro - sujeitinho capaz de acabar com meia pizza enquanto meu pai comia dois pedaços. Ele comia o dobro do que me pai comia, no mesmo tempo, e meu pai era um sujeito grande. Não tão grande quanto tio Ernesto, claro, ou eu estaria falando dele agora. Meu pai pesava 90, 95 quilos. Algo por aí. Tio Ernesto chegava nos 150. E adorava rosquinhas. Juro que comia aquelas porcarias mais rápido e com mais prazer que qualquer outro adorador de rosquinhas do mundo - exceto, claro, um adorador de rosquinhas ainda maior que tio Ernesto, que já era bem grande, o coitado.